104 ANOS: PARABÉNS TARAUACÁ!
HISTÓRIA
Habitavam as terras do
município as tribos Kaxinawás e Jaminawás, que se localizavam às margens dos
rio Tarauacá e Muru.
A partir de 1877,
intensificou-se a exploração das terras marginais do “Tarauacá”, com a
emigração de nordestinos. Em 1899, um grupo de imigrantes chega à confluência
do rio Muru com o Tarauacá, fundando aí, o seringal “Foz do Muru”, que em breve
cresceu de importância, uma vez que era aí o ponto de partida para as
explorações dos altos rios.
Seringal Foz do Muru (desenho de Percy Lau)
Seringal Foz do Muru (desenho de Percy Lau)
O marco inicial, porém, da verdadeira história da desbravação desta região, a se ter notícia positiva, data do ano de 1890, quando nordestinos penetraram nos rio Muru e Tarauacá, na exploração de demarcação de longas faixas de terras, formaram os seringais. Em 1899, fundaram um porto na confluência dos rios citados, denominando-o “Foz do Muru”, ponto de partida para novas explorações. |
Com a celebração do
Tratado de Petrópolis, em 1903, as terras do município passam a integrar o
território nacional. Em 1904, com a primeira divisão territorial-administrativa
dada ao Acre, Tarauacá passa a figurar no Departamento do Alto Juruá.
A 1.º de janeiro de 1907, “Foz do Muru” é elevada à
categoria de vila, com o nome de “Seabra”, em homenagem ao então Ministro da
Justiça, Dr. J. J. Seabra.
Em 1912, foi desmembrado
do Departamento do Alto Juruá, passando a constituir o Departamento do
Tarauacá, criado que fora pelo Decreto 9.831, e instalado a 19 de abril de
1913, sendo o seu primeiro Prefeito o Coronel Antônio Nunes de Alencar.
Coronel Antônio Antunes de Alencar
Ainda pelo Decreto 9.831, foi criado o
município do mesmo nome, que foi instalado a 24 de abril de 1913, data em que a
vila Seabra foi elevada à categoria de cidade.Em 19 de abril de 1913, foi instalada a Comarca de Tarauacá, sendo o seu primeiro Juiz o Dr. Djalma de Mendonça.
Em 29 de janeiro de 1914 circula o primeiro número do jornal “O Estado”, órgão oficial da Prefeitura. A 11 de junho de 1916, chega a Tarauacá o Capitão do Exército Eugênio Augusto Ferral, comadante da Companhia Regional, primeira força policial criada no Departamento. A 1º de outubro de 1920, em face da nova organização territorial administrativa dada ao Acre, é extinto o Departamento, continuando em vigor o Município de Tarauacá.
Em 1943, em virtude do Decreto-lei Federal nº 6.163, a cidade de Seabra mudou a sua designação para “Tarauacá”. Não se tem notícia de fatos dignos de especial menção no período anterior à modificação acima citada.
Pela divisão Administrativo-Judiciária, também processada por intermédio do Decreto-lei n.º 6.163, citado, ficou dividido em dois distritos: Tarauacá e Foz do Jordão. Todavia, o distrito de Foz do Jordão foi emancipado a Município por meio da Lei nº 1.034, de 28/04/1992.
“Tarauacá” é nome indígena, e significa “rios dos paus ou das tronqueiras”.
LOCALIZAÇÃO
O município de Tarauacá
está situado na zona fisiográfica do vale do Juruá. Limita ao norte com o
Estado do Amazonas; a leste, com o Município de Feijó; ao sul, com a República
do Peru; a oeste, com o Município de Cruzeiro do Sul. Atualmente, limita-se ao
sul com os Municípios de Marechal Thaumaturgo e Jordão e a oeste com os
Municípios de Cruzeiro do Sul e Porto Walter. Posição do Município em relação
ao Estado e sua Capital.
ALTITUDE E CLIMA
A altitude da sede
municipal é de 190 m. Em geral, o clima do município, como o de todo o Estado,
é quente, apesar de se registrarem ondas de frio, vulgarmente conhecidas por
“friagem”, provenientes do sul e sudeste, que têm a duração de 3 a 8 dias. Essas
ondas de frio provocam uma queda brusca de temperatura, que vai, no espaço de
12 horas, de 36 a 10 graus centígrados. As chuvas são abundantes no período de
novembro a abril, época em que se registram, também, pequenas trovoadas, não
obstante a temperatura se manter mais ou menos quente. A época de maior
intensidade de calor é de agosto a outubro, período de rigoroso verão. A
oscilação mais acentuada da temperatura se verifica, geralmente, no período de
junho a setembro.
ÁREA TERRITORIAL
A área do município
antes, segundo dados do Conselho Nacional de Geografia, era de 22.099 km2,
sendo o terceiro município do Território em extensão territorial. Hoje, a área
atual do município, após o desmembramento por que passou, é de 15.553,43 km2.
Apesar disso, ainda é o terceiro município do Estado em extensão
territorial.
ACIDENTES
GEOGRÁFICOS.
Rio Tarauacá – nasce no
Peru e toma geralmente a direção leste, desemboca no rio Juruá (Estado do
Amazonas). Profundidade média de 25 pés, no inverno, e 4 pés no verão, mede
aproximadamente 715 km;
Rio Muru - nasce no Peru, toma a direção sudoeste-nordeste e desemboca no Rio Tarauacá em frente à cidade do mesmo nome, e sede do município. Tem a profundidade média de 12 pés, no inverno, e 2 pés no verão;
Rio Jaminauá – nasce dentro do município, e desemboca no rio Tarauacá, tendo todo o seu percurso dentro do próprio município. Tem a profundidade média de 12 pés, no inverno e 2 pés no verão (Obs.: O rio Jaminauá encontra-se dentro dos limites do Município de Feijó, segundo mapa disponível no site do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes – DNIT.
A denominação atual do citado rio Jaminauá é igarapé e nasce nos limites do Município de Jordão.);
Rio Jordão – nasce e desemboca dentro do próprio município, em frente à cidade do mesmo nome, no rio Tarauacá. Tem a profundidade média de 12 pés, no inverno, e 2 pés, no verão;
Rio Acuraua - nasce no município e desemboca no Rio Tarauacá (Estado do Amazonas). Tem a profundidade média de 12 pés, no inverno e 2 pés, no verão.
Rio Muru - nasce no Peru, toma a direção sudoeste-nordeste e desemboca no Rio Tarauacá em frente à cidade do mesmo nome, e sede do município. Tem a profundidade média de 12 pés, no inverno, e 2 pés no verão;
Rio Jaminauá – nasce dentro do município, e desemboca no rio Tarauacá, tendo todo o seu percurso dentro do próprio município. Tem a profundidade média de 12 pés, no inverno e 2 pés no verão (Obs.: O rio Jaminauá encontra-se dentro dos limites do Município de Feijó, segundo mapa disponível no site do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes – DNIT.
A denominação atual do citado rio Jaminauá é igarapé e nasce nos limites do Município de Jordão.);
Rio Jordão – nasce e desemboca dentro do próprio município, em frente à cidade do mesmo nome, no rio Tarauacá. Tem a profundidade média de 12 pés, no inverno, e 2 pés, no verão;
Rio Acuraua - nasce no município e desemboca no Rio Tarauacá (Estado do Amazonas). Tem a profundidade média de 12 pés, no inverno e 2 pés, no verão.
OS PRIMEIROS HABITANTES.
Índios Kaxinawá em
Transwaal, no rio Jordão,
afluente do rio Tarauacá,em 1924.
(Foto Blog do Netuno)
Não dar para falar da
história de Tarauacá, a começar pelo seu próprio nome, sem mencionar a presença
marcante dos povos indígenas. A região era habitada por diversos grupos, os
quais a maioria brutalmente foram massacrados, expulsos ou amansados. O
marechal Candido Rondon chegou a registrar os seguintes grupos nessa região no
início do século XX: Amauaca – localizado no rio Jordão; Bendiapa – localizado
no rio Gregório, afluente do Juruá (Aruak – Katukinas); Catuichi – no rio
Gregório; Kaxinawa – no rio Jordão e rio Muru; Contanau – no rio Tarauacá;
Kurina ou Kulino – no riozinho de Pebedo (sic) e rio Gregório; Jaminawa – nos
rios Envira, Tarauacá e Breu.
Em seu relatório ao Ministério da
Agricultura referente ao ano de 1910, o engenheiro João Alberto Masô,
denunciava a violência contra os povos indígenas. Narra ele o brutal fato
ocorrido em 1899, quando no Rio Gregório foram mortos aproximadamente 400
índios da Tribo Ajubins, provavelmente extinta, pelo peruano Carlos Scharff e
seu conterrâneo Eufrain Ruiz. Carlos Scharff trucidou ainda todos os
indígenas das Tribos Jaminara (sic), no rio de mesmo nome, e os que habitavam o
Paraná do Ouro.
Inúmeras foram as “correrias” realizadas pelos exploradores para expulsar os indígenas das terras com o intuito de abrir seringais. Tarauacá abrigou um dos maiores algozes dos povos indígenas, o lendário e sanguinário Pedro Biló. Alfredo Lustosa Cabral narra uma dessas correrias no início do século XX nas proximidades do seringal Primavera, no Alto Tarauacá, contra os catuquinas:
Inúmeras foram as “correrias” realizadas pelos exploradores para expulsar os indígenas das terras com o intuito de abrir seringais. Tarauacá abrigou um dos maiores algozes dos povos indígenas, o lendário e sanguinário Pedro Biló. Alfredo Lustosa Cabral narra uma dessas correrias no início do século XX nas proximidades do seringal Primavera, no Alto Tarauacá, contra os catuquinas:
“De pronto, foi organizada uma
correria.
Era preciso ação pronta, decidida, urgente. Compunha-se de vinte homens com trezentos cartuchos Winchester cada um. (...) Penetrando na mata foram dar com as malocas depois de terem andado três dias. (...) Tomaram chegada às seis horas, hora em que o selvagem costuma estar reunido. Dormiram a certa distância do aceiro. Às cinco da manhã, avançaram formando cerrado tiroteio.
A mortandade foi grande, mas escafederam-se muitos.
Aproximando-se dos barracões conseguiram prender uns 15 corumis. Os novinhos deixaram. (...) De regresso, os prisioneiros começaram a gritar demais, sendo preciso abandoná-los, deixandos à toa, perdidos. Outros praticavam selvageria destampando a cabeça dos inocentes com balas.” (CABRAL, 1984, p. 61)
Ao todo só nessa região do Departamento do Alto Juruá vivia uma população de aproximadamente 20 mil indígenas. Hoje no Acre todo são um pouco mais de 15 mil, segundo dados do IBGE 2010, sendo Tarauacá o segundo município acreano em concentração de terras indígenas, com oito áreas que equivalem 9,8 % do município, distribuídos em 30 aldeias, com aproximadamente 1639 habitantes
(Fonte: textos da internet.)
Era preciso ação pronta, decidida, urgente. Compunha-se de vinte homens com trezentos cartuchos Winchester cada um. (...) Penetrando na mata foram dar com as malocas depois de terem andado três dias. (...) Tomaram chegada às seis horas, hora em que o selvagem costuma estar reunido. Dormiram a certa distância do aceiro. Às cinco da manhã, avançaram formando cerrado tiroteio.
A mortandade foi grande, mas escafederam-se muitos.
Aproximando-se dos barracões conseguiram prender uns 15 corumis. Os novinhos deixaram. (...) De regresso, os prisioneiros começaram a gritar demais, sendo preciso abandoná-los, deixandos à toa, perdidos. Outros praticavam selvageria destampando a cabeça dos inocentes com balas.” (CABRAL, 1984, p. 61)
Ao todo só nessa região do Departamento do Alto Juruá vivia uma população de aproximadamente 20 mil indígenas. Hoje no Acre todo são um pouco mais de 15 mil, segundo dados do IBGE 2010, sendo Tarauacá o segundo município acreano em concentração de terras indígenas, com oito áreas que equivalem 9,8 % do município, distribuídos em 30 aldeias, com aproximadamente 1639 habitantes
(Fonte: textos da internet.)
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